O termo ritmo é frequentemente confundido com gênero
ou com melodia. Primeiramente, entendamos que melodia tem ritmo, mas ritmo não
tem melodia.
A rigor, no âmbito da música, ritmo é a organização
das durações, seja a duração das notas musicais, dos acordes que acompanham uma
melodia ou das partes de uma música. Basta que o leitor cante uma canção para
notar que algumas sílabas duram mais que outras. Como essas sílabas são
cantadas sobre notas musicais, se você cantar a mesma canção com apenas uma
sílaba – lá, lá, lá, por exemplo – vai ser fácil perceber que as notas da
melodia da canção cantada têm diferentes durações. Isso é ritmo; é a
organização das durações das notas musicais da canção.
Faça a seguinte experiência: primeiramente, cante a
canção “Parabéns a você”. Depois, cante esta mesma canção utilizando apenas a
sílaba “La”. Agora, como se fosse um jogo de adivinhação, em vez de cantar,
bata palmas no lugar das sílabas, como se estivesse tocando a canção com as
mãos. O resultado é que você estará tocando o ritmo da melodia. Por isso,
adverti logo no início, que melodia tem ritmo, mas ritmo não tem melodia. Assim
fica fácil compreender porque frequentemente os percussionistas são chamados de
ritmistas.
Outro ritmo musical muito importante é o chamado
ritmo harmônico. Este ritmo é a organização da duração dos acordes. Grosso modo
acordes são conjuntos de notas musicais tocadas ao mesmo tempo, que servem de
apoio harmônico para as melodias. Comumente as pessoas chamam os acordes de um
violão de posições do violão. O tempo em que o instrumentista toca os acordes
também tem de ser organizado de forma que crie um discurso harmônico, que, além
de servir de apoio para a melodia, mantenha com ela uma relação de harmonia
sonora. Preste atenção nos violonistas e pianistas quando estiverem
acompanhando um cantor e você perceberá o discurso harmônico dos músicos.
A organização entre as partes das canções e das
músicas também são muito importantes. A escolha da duração dos refrães e das
segundas partes, da forma ABA, assim como a duração das partes da forma rondó
(ABACA) ou do movimento das sinfonias são de extrema importância para a
definição do discurso temporal da obra e que, em última instância, tem
importantes decorrências na relação composição/ouvinte.
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Muito legal essa explicação. Parabéns professor. Um grande abraço.
ResponderExcluirObrigado pelo retorno. Abraço.
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